domingo, 1 de maio de 2011

O céu em plumas

O céu
é uma pena
o véu
de fumaça

A brasa é real

Me enche os olhos d'agua
Me dá um nó na garganta

Na quinta
Bem passada
vi ir embora
com o gosto amargo do escuro


Castelos de areia

Construindo castelos de areia do tempo que apaga com precisão alucinada, como quem espera o vento que releva e refresca, molhando os pés na onda que leva e traz o dia e a noite muda de repente. Não sei se sabe quem sou eu ou que, só, eu sou um em um milhão e um milhão em um entregue a sorte cega de um por todos na maré alta ou baixa estima que a onda leva a alto-mar aberto ao peito que se condena quando sopra de novo o temporal. 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Disperção

     

            Hei mãe, eu devia te ouvir, mas acontece que lá fora é muito perigoso pra viver, e eu precisava ver pra crer.  Proteger-me não me parecia muito seguro porque "cego não sobrevive a  tiroteio."

Hei mãe, você pode não me ouvir agora, mas não houve um só segundo que isso não me endureceu por dentro. Eu me entorpeci e me fechei tentando entender, “mas nenhum homem é uma ilha” é que o ditado diz. Ele não esta errado.
Hei mãe, bem que você disse que quem fala demais o que vai fazer só fala e não faz nada. Bem que você disse mãe, pra eu parar de correr atrás de respostas e pensar, porque a maioria delas estava comigo o tempo todo. Mas eu precisava ver com meus próprios olhos. Não me culpe por isso, todo passarinho um dia tem que voar.
Agora eu sei que tarde demais, só nunca, e que se eu me perder de você só preciso olhar pra dentro de mim pra te achar.  

domingo, 24 de abril de 2011

calculos da páscoa


            
      Nesta páscoa me lembrei de uma duvida pertinente, acho que não só 
a mim, de quando é a páscoa, porque todo o ano é em uma data diferente. 
Bem, depois de muita pesquisa eu descobri que a páscoa (que significa 
“passagem através”), a maior e mais importante festa da cristandade, é 
comemorada no primeiro domingo após a primeira lua cheia depois do 
equinócio de primavera, sempre entre 22 de Março e 25 de Abril, 
também conhecido como 163° dia antes do ano novo judaico, marcando
 a ressurreição de Jesus para os cristãos e fuga do povo judeu 
escravizado no Egito. Esta data foi instituída em 325 d.c. no 
primeiro concílio de Nicea (Reunião universal que trata de 
questões cristológicas).              
     O famomoso matemático Gauss bolou um calculo pra descobrir
 quando vai ser a Páscoa:

                                Definem-se 5 valores, tendo em conta que MOD (x,y) significa o resto 
da divisão de x/y   Operações:

1) Calcula-se o valor de P dado por P= 22 + d + e
    se P for inferior ou igual a 31, a Páscoa será no dia P de Março. Mas se P for maior que 31, então
2) calcula-se P'= d + e - 9 e a Páscoa será no dia P' de Abril. Mas, se P' for superior a  25, então
3) calcula-se P'' = P' - 7 e a Páscoa será a P'' de Abril, já que não pode ser celebrada em data posterior a 25 de Abril.


Pode fazer o cálculo com
o script seguinte:

ANO
(4 dígitos):
             


Páscoa:                            

Carnaval:                      
   
Dia da Ascensão:                  
Domingo de Pentecostes:     
Corpo de Deus:
            


A fábrica de pão




Quando eu era pequeno sempre quis saber como era uma fabrica de pão. Todos os dias, enquanto tomava meu café-da-manhã, eu ficava imaginando que todo o dia a fumaça das chaminés acordava mais cedo que todos, pra fazer pão, sonho, bolo, tudo pra fazer o café ficar mais feliz, e assim fazendo tudo andar no ritmo. Mas se um dia chovesse canivete, a fábrica ficaria em pedaços, todos sem pão e os funcionários sem função e desolados, o patrão sobre os escombros do sonho, o qual dera o sangue pra concretizar, choraria. Mal amanheceria, e todos comovidos com seus corações de manteiga derretida e sem café, seguiriam em romaria, juntariam os farelos do patrão com um pouco de coração de manteiga e fermento, aqueceriam tudo até o ponto certo para o dia a fabrica apitar e tudo voltar ao normal.
   

terça-feira, 19 de abril de 2011

Índios


Era um belo dia de sol nas, a partir dali, terras brasileiras, no ignóbil ano de 1500, quando da terra se avista caravelas de tempestade chegando.
O que pareciam nuvens passageiras carregadas de presentes mandadas pelos deuses, não tardou e cresceu, e tomou conta de tudo que reluzia, e virou uma chuva de canivetes que inundava tudo sem dó, consumindo tudo pelas beiradas. Agora os moradores dessas terras passam fome guardados em gavetas sob uma falsa segurança.
A tempestade arrastou tudo de valioso dos pobres moradores chamados Índios, relutantes, porém indefesos diante da traição divina. Agora era fatal, tudo que lhes restou foram motivos pra lutar por um pouco de respeito em sua própria casa, e uma comemoração três dias antes do dia em que tudo começou. Parabéns por sobreviverem até aqui!!!



terça-feira, 12 de abril de 2011

A porcelana


         
            Ela disse que se sentia boneca de porcelana, que por ser Ana, tinha medo que alguém a deixasse cair e quebrar. Queria que a correnteza do reflexo de rio dos seus olhos de vidro a levasse pra dentro de um conto de fadas onde, as bonequinhas de porcelana do cabelo enrolado, possam ter asas e voar por entre as estrelas de leite condensado, ir até a lua e dormir em seu quarto minguante quando estiver cheia de todo mundo, onde ela possa dormir no sono dos poetas, ser chuva pra deixar o céu mais leve, ser louca e rodar com notas musicais até perder a direção. Mas estando onde estiver o seu final feliz pode ser pra sempre se o sol trouxer mais um "era uma vez".